Pela fresta da porta a triste mãe observa
O filho que sobre o leito, em silêncio, agoniza.
Do mal contido pranto, a lágrima ainda conserva
Não escondendo a dor que no peito se eterniza.
Ante à solidão do inconsolável drama
Adentra a mãe, a ver de perto o mal que o consome.
Posto que o seu amor é ardorosa chama
Que ao vê-la, ainda pode balbuciar o seu nome.
A mãe, que um dia, o rebento viu nascer,
Andar, traquinar, enfim, crescer,
O vê agora, aos poucos, se definhando.
Ficará na lembrança – da aventura errante –
A mórbida voz do filho e a queixa incessante:
– Acuda-me, mãe!… A droga está me matando!