SIM OU NÃO

Já perguntei para o vento,
Para o frescor do relento
E à cova do alecrim;
Perguntei à cotovia
À avalanche bravia
Se gostas ou não de mim.

Perguntei à madrugada,
Ao pedregulho da estrada,
À lâmpada de Aladim;
Indaguei ao cão de raça
E a estátua da praça
Se gostas ou não de mim.

Interroguei a turba lenta,
Também o ardor da pimenta
E todas traças do cetim;
Perguntei à noite escura,
À lápide da sepultura
Se gostas ou não de mim.

Questionei a brisa mansa
E o olhar da criança,
Os restolhos do jardim,
Perguntei também ao frio,
Às margens plácidas do rio
Se gostas ou não de mim.

Já entrevistei um feto,
Fui no oásis do deserto,
Num jubiloso festim;
Perguntei ao rei do açoite
E à calada da noite
Se gostas ou não de mim.

Perguntei a todo mundo,
Até ao abismo profundo,
Ao aroma do jasmim;
Quis saber da estrela celeste,
Dos cativos do agreste
Se gostas ou não de mim.

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