Quero untar meus lábios aos seus
Romper as barreiras intransponíveis do seu pudor
Quero aquecer o meu corpo no seu suor
E, sequioso, estancar o tempo, feito Zeus.
Não deixarei o clarão invadir a janela
Que serás só minha até que nasça o dia
Quero nesta noite de pura ufania
Desfolhar a privança da flor mais bela
E, ao final deste entrelace abrasador
Eu, que provei a doçura deste mel
Quero dizer do tesouro que descobri
Sob as entranhas pudicas do teu véu
Porque fostes primavera para este colibri
Quero agora chamá-la de Meu Amor!