Corre a água pra vazante,
A lua fita o horizonte,
O rio abraça o mar.
E eu fico imaginando
Minh’alma só divagando
Nesse eterno enveredar.
A brisa tem o frescor do relento,
A estrela do firmamento
Tem o céu a rutilar.
Impávida se prostra a flor
Acariciando o beija-flor
Que seu néctar vem sugar.
E eu? Quem tenho pra amar?
Julieta, em sua alforria,
Inebriada de alegria,
Se entrega ao cálido Romeu.
O condor flerta a cordilheira,
O lenho o afago da lareira,
Odisseia que a vida escreveu:
Tudo aponta pra paixão;
Também o meu coração
Recoberto de razão
Agora aponta o seu…